Lauro de Freitas: parentes de mulher que mandou matar amiga foram presos por mentir para a polícia

 Lauro de Freitas: parentes de mulher que mandou matar amiga foram presos por mentir para a polícia

Dois familiares e uma amiga da dona de casa Fernanda dos Santos Alves, 37 anos, foram presos acusados de mentir para a polícia. Fernanda confessou que mandou matar a própria amiga, Jumaria dos Santos Barbosa, 41, dentro de uma academia, em Lauro de Freitas, Região Metropolitana de Salvador (RMS), e foi presa no dia 12 de julho. Os familiares e a amiga foram detidos na mesma data e passaram 17 dias na cadeia. Um dos envolvidos na morte já está sendo procurado por outros dois homicídios.

Segundo o titular da 23ª Delegacia (Lauro de Freitas), delegado Joelson Reis, depois do crime, Fernanda viajou para São Paulo. Retornou para Salvador e seguiu depois para Natal (RN), onde foi presa. O mandado de prisão da dona de casa foi expedido no começo de junho, e os familiares e amigos dela foram ouvidos na mesma época.
“Nós já sabíamos que ela estava em Natal, mas chamamos os familiares na delegacia para que eles nos dessem mais detalhes. Dois dos familiares e uma outra pessoa próxima a ela foram ouvidos e mentiram. Disseram que ela ainda estava em São Paulo e tentaram despistar a polícia, por isso, solicitei a prisão temporárias dos três”, contou o delegado.
“Dois dos familiares e outra pessoa próxima a ela foram ouvidos e mentiram. Disseram que ela ainda estava em São Paulo e tentaram despistar a polícia, por isso, solicitei a prisão temporárias dos três.” (Joelson Reis, delegado)

Jumaria foi assassinada a tiros dentro de uma academia de ginástica, em abril deste ano. Em maio, Fernanda foi para a capital potiguar, onde foi presa no dia 12 de julho. No mesmo dia, os policiais prenderam os dois parentes e a amiga que mentiram para o delegado. Eles permaneceram 17 dias na cadeia e foram liberados depois de uma ordem judicial.
Segundo a polícia, Fernanda contou que um dos envolvidos no crime, Diego Silva dos Santos, é um traficante com atuação nos municípios de Madre de Deus e Candeias, ambos na RMS. Diego já possui dois mandados de prisão em aberto pelo envolvimento em outros dois homicídios. Ele está foragido. A dona de casa contou que pagou R$ 500 para matar a amiga.


Os quatros suspeitos de envolvimento na morte 

Amigas

A dona de casa negou o crime até chegar em Lauro de Freitas e encontrar um dos familiares preso – foi quando resolveu confessar o envolvimento no homicídio. Fernanda contou que estava tentando reatar a relação com o ex-marido quando conheceu Jumaria no aniversário de uma amiga, em outubro do ano passado. Ela soube que a nova amiga fazia ‘trabalhos espirituais’ e pediu a ajuda dela para se reaproximar do ex-marido.
Segundo a polícia, Fernanda e o marido se separaram no ano passado depois de 15 anos de casamento, mas ainda tinham recaídas. Ele morava em São Paulo, mas ela viajava para vê-lo e ele encontrava com ela quando vinha para Salvador. Depois de pedir para Jumaria fazer o ‘feitiço’, ela foi ver novamente o ex-marido e o encontro, desta vez, foi conturbado.
“Quando retornou para Salvador, ela disse que soube através de outra amiga que Jumaria teria feito o ‘trabalho’ ao contrário, ou seja, para separar ela do ex-marido. Foi então que ela resolveu matar a amiga”, contou o delegado.
As duas mulheres moravam em Stella Maris, em Salvador, e mantinham relação próxima. Fernanda tem dois filhos com o ex-marido e uma pensão de cerca de R$ 20 mil, por mês. Ela era dona de casa. Enquanto Jumaria era graduada em direito, separada e também recebia pensão do ex-marido. Nas redes sociais é possível encontrar fotos das duas amigas juntas.


Delegados durante a apresentação do caso

Assassinato

Um fim de semana antes do crime, Fernanda chamou um dos empregados, Gilmário Carneiro dos Santos, conhecido como Guerreiro, e foi com ele até a casa do meio-irmão dela, Rakmus Varjão Pereira Alves, na cidade de Dias D’Ávila, na RMS. De acordo com a polícia, ela contou para Rakmus, também conhecido como Choquinha, que planejava matar a amiga e pediu a ajuda dele para executar o plano.
“Rakmus planejou com Fernanda e Guerreiro os detalhes da morte de Jumaria. A conversa aconteceu em um bar, em Dias D’Ávila, e a mulher de Rakmus, Taís Santos Ferreira, também estava presente. Dias depois, Rakmus convidou um amigo, Diego Silva dos Santos, para fazer o serviço. Diego é traficante e foi quem contratou o assassino, que até o momento foi identificado apenas como Branco”, afirmou o delegado.
No dia do crime, Guerreiro ficou com os filhos de Fernanda enquanto ela, Rakmus, Taís, Diego e Branco seguiram a vítima da casa dela até a academia. Branco entrou no estabelecimento como se fosse aluno novo. Quando localizou Jumaria, ele ligou para a Fernanda para confirmar se ela tinha uma tatuagem de borboleta no braço. Segundo a polícia, a dona de casa contou que pediu que ele não desligasse para que ela pudesse ouvir os tiros. Jumaria foi baleada quatro vezes, na nuca, pescoço e cabeça, e morreu no local do crime.
Fernanda confessou ter encomendado a morte, mas outros suspeitos ainda não foram localizados pela polícia. Os investigadores estiveram na casa de Rakmus e Tais, em Dias D’Ávila, mas eles não foram encontrados. O endereço de residência de Diego consta em Simões Filho, na RMS, mas ele também não estava. Guerreiro mora em Stella Maris, mas também não foi localizado. Branco ainda não foi identificado.
Todos os cinco envolvidos na morte de Jumaria estão com mandado de prisão em aberto. Quem tiver informações sobre os suspeitos pode ajudar a polícia através do Dique Denúncia (71) 3235-0000 ou do Disque Xerife da 23ª Delegacia, no telefone (71) 9 9631-6891 (WhatsApp). O sigilo é garantido.

Correio 

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