LF News entrevista a Psicóloga e especialista em Saúde Mental e Atenção Básica, Solange Bitencourt

 LF News entrevista a Psicóloga e especialista em Saúde Mental e Atenção Básica, Solange Bitencourt

O LF News entrevistou Solange Carvalho Bitencourt, Psicóloga formada na Universidade Salvador (Unifacs) e especialista em Saúde Mental e Atenção Básica pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. Confira esta bela entrevista:

1. Por que você escolheu cursar a graduação em Psicologia?

A partir da adolescência passei a ter uma afinidade e interesse pelo mundo das crianças e assim vontade de trabalhar com elas no futuro. Pensei em diversas profissões para seguir, até que quando estava no Ensino Médio, em um dos encontros com diversos profissionais para ajudar na escolha profissional para o vestibular, conheci uma psicóloga que desenvolvia um lindo trabalho na psicologia infantil, naquele dia decidi que seria psicóloga.

2. Descreva sobre sua trajetória na profissão

Durante a faculdade fiz estagio voluntario no GACC (Grupo de Apoio à Criança com Câncer), e estagiei na área escolar, hospitalar e organizacional, queria conhecer todas as possibilidades de atuação para poder decidir com clareza qual área seguiria. Ao me formar, fui trabalhar em Pé de Serra, no interior do Estado, no NASF (Núcleo de Apoio à Saúde da Família) e me encantei pelo trabalho na saúde e em fazer parte de uma equipe multidisciplinar; era sempre gratificante levar a psicologia para pessoas que muitas vezes não tinham condições financeiras para arcar com uma terapia mas que precisavam muito de cuidado e atenção com a saúde mental. Essa primeira experiência me fez caminhar para outros municípios, sempre atuando no NASF. Em 2014, realizei atendimento em uma clínica particular em Cruz das Almas, onde a maior parte do público era infantil.

No momento, estou retornando ao atendimento clínico, atendendo no Centro Médico de Villas (CMV), aqui em Lauro de Freitas, e buscando sempre estudar e me qualificar na profissão.

3. Na sua opinião, o que é mais interessante em sua profissão?

Sem dúvida nenhuma, é o contato com as pessoas. E assim, poder conhecer diversas histórias de vidas, ter o privilégio de acompanhar o processo de mudança e desenvolvimento pessoal de um cliente. É ter “o dom de tirar lá de dentro o melhor que temos para cuidar, fortalecer, compreender, aliviar” como disse o psicólogo Walmir Monteiro, no texto que eu gosto muito chamado “Ser psicólogo”.

4. Você acredita que hoje ainda existe preconceito das pessoas em relação a procurar terapia?

Sim, muito preconceito e em muitos casos vergonha. Trabalhei em alguns municípios na Bahia, no NASF, como falei anteriormente, e pude observar de perto essa realidade. Por diversas vezes tive que, junto com os enfermeiros, médicos ou Agentes de Saúde, realizar visita domiciliar para poder conhecer pessoas que precisavam da terapia mas tinham vergonha de buscar na unidade de saúde. Vergonha do que pessoas da comunidade iriam pensar, de assumir e aceitar que tinha alguma questão que não conseguia lidar sozinho e outras razões; a frase “eu não sou louco e por isso não vou a um psicólogo” era muito escutada, porém acredito que essa realidade vem sendo modificada.

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