“Ninguém percebeu que o avião da Chapecoense estava caindo”, revela sobrevivente

‘Ninguém percebeu que o avião iria cair’. O técnico de voo Erwin Tumiri deu sua versão sobre os momentos que antecederam a queda do avião da LaMia, na última terça-feira, em Medellín, e afirmou que questionou o fato de a aeronave que transportava a delegação da Chapecoense não parar para reabastecer em Cobija, no norte da Bolívia. Segundo ele, o reabastecimento estava previsto. As revelações foram feitas em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, veiculada na noite deste domingo.

“Nós, como técnicos, fazemos o pré voo. Temos uma lista de checagem do que é preciso fazer no avião. Fiz o relatório de que íamos até Cobija. No momento da decolagem, voltei a perguntar: ‘Vamos até Cobija?’. Aí me disseram ‘não, nós vamos direto até Medellín'”, afirmou Tumiri, se referindo ao fato de que o piloto Miguel Quiroga teria lhe confirmado a opção arriscada de ir direto, sem escala, para Colômbia.

Investigações preliminares apontam que o avião caiu devido a uma pena seca, por falta de combustível. O avião da LaMia voou no limite da autonomia no trajeto entre Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, e Medellín, onde a delegação da Chapecoense esperava chegar para a disputa da final da Copa Sul-Americana, contra o Atlético Nacional, mas foi vítima do acidente que matou 71 pessoas.

Erwin Tumiri evitou criticar Miguel Quiroga, morto no acidente, mas afirmou que seria mais prudente que o piloto não tivesse centralizado essa decisão. “As coisas são na base do ‘é assim que tem de ser’. Que essas decisões não sejam tomadas de maneira tão individual. Acho que a tripulação teria de saber. Teria de ser tudo dividido.”

Tumiri também negou que houve tumulto ou pânico entre os passageiros antes da queda. Segundo ele, todos que estavam a bordo pensavam que o avião estivesse pronto para pousar. “Eu estava falando com o técnico (Caio Júnior), que estava me ensinando português, quando disseram: ‘Afivelem os cintos’. Todo mundo voltou à sua poltrona. Apagaram as luzes, começou a vibrar e achei que estivéssemos pousando. Achei que era isso, mas não foi. Não lembro de mais nada. Depois me levantei no chão”, afirmou.

Um dos seis sobreviventes do acidente, Tumiri conseguiu ajudar a comissária de bordo Ximena Suarez, que também escapou com vida da tragédia. “No momento era como um pesadelo. Comecei a piscar a lanterna para que me vissem. Ximena estava a cinco metros de mim. Eu estava com o rosto no chão. Aí eu levantei assustado e corri em direção a ela.”

Sobrevivente grava áudio

Um dos seis sobreviventes do acidente aéreo em Medellín, o goleiro Jackson Follmann gravou uma breve mensagem para familiares e amigos. No áudio, divulgado pelo programa Fantástico, da TV Globo, na noite deste domingo, o jogador da Chapecoense disse que está bem e todos podem ficar “tranquilos” quanto sua recuperação.

“Fala galera. Estou aqui para mandar um abraço para todo mundo. Dizer que estou bem e vou sair dessa rápido. É para todo mundo ficar tranquilo aí. Dessa vez eu passei batido. Valeu, abraço”, disse Follmann, que sobreviveu a um acidente que provocou a morte de 71 pessoas na última terça-feira, na Colômbia, onde a Chapecoense disputaria na quarta o jogo de ida da final da Copa Sul-Americana, contra o Atlético Nacional.

O goleiro ainda está internado em Medellín ao lado de outros dois jogadores do time, o zagueiro Neto e o lateral Alan Ruschel, e o jornalista Rafael Henzel. Os quatro continuam na UTI, mas mostram evolução. O único que inspira mais cuidados é o zagueiro Neto.

Follmann, que teve de amputar parte da perna direita, já não respira por aparelhos, mas sofreu uma lesão na coluna e terá de passar por uma cirurgia devido a uma fratura na segunda vértebra Dependendo da evolução, a cirurgia na coluna pode até ser feita no Brasil.

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