Acusado da morte de médico que estava desaparecido diz ser amigo da vítima 

Após várias buscas e investigações sobre a morte do médico Luiz Carlos Correia Oliveira, 62 anos, que estava desaparecido desde o último dia 2 de outubro, o principal suspeito confessou o crime e foi apresentado na tarde desta quinta-feira (27), no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na Pituba, em Salvador. O carro da vítima foi localizado no dia 11 de outubro e o corpo, 14 de outubro.
No dia do desaparecimento, a vítima tinha marcado um compromisso com a família, fazendo com que ela notasse o sumiço de Luiz Carlos. 

Adriano Luis Correia de Jesus, 28 anos, foi capturado pelos policiais quando trabalhava em um canteiro central na Via Regional, na Avenida Gal Costa, nesta quinta-feira (26). A polícia chegou até ele após colher informações sobre pessoas ligadas ao médico. Durante depoimento, ele relatou detalhes do crime, informados pela delegada e diretora-adjunta do DHPP, Clelba Teles, na tarde de hoje (27), em coletiva de imprensa.

 O CRIME

 Segundo a delegada, o autor do crime relatou que na noite do dia 2, saiu com o médico para uma pizzaria no bairro de São Rafael. Após chegar em casa, na 3ª Travessa 5 de Agosto, Adriano saiu para comprar cervejas e ao retornar ficou irritado ao se deparar com a vítima que estava despida. Ele ainda chegou a pedir para Luís Carlos se recompor, mas ele negou. Depois disso, alegando estar bêbado, Adriano matou o médico com três facadas.  

 Após o crime, Adriano enrolou o corpo da vítima e colocou no porta-malas do carro, levando até a Via Parafuso, em Camaçari, onde jogou o cadáver na mata. O crime aconteceu por volta das 22h, mas o autor esperou amanhecer para dispensar o corpo.

A delegada ainda relatou que o veículo não estava próximo ao corpo e, só foi encontrado no dia 11 de outubro, porque Adriano alegou que guardou o carro em Camaçari. Após saber do desaparecimento, o autor contou que ficou desesperado, incendiou o veículo e ainda sofreu queimaduras nas pernas. 

Questionado se ficou arrependido do crime, Adriano não respondeu e apenas disse que o médico e ele eram amigos

além de confirmar que houve luta corporal na noite do crime.

A RELAÇÃO

 Ainda conforme a delegada Clelba Teles, a vítima e o autor se conheceram há três meses em um ponto de ônibus na região de Pau da Lima, onde Adriano morava. O médico encostou o carro, puxou assunto com Adriano e os dois trocaram telefones. A partir disso, eles começaram a sair para beber socialmente e a vítima passou a frequentar a casa do assassino. 

 Adriano também disse, em depoimento, que não sabia que Luiz Carlos era médico e que ele falava que trabalhava com vendas, além de morar em Feira de Santana. O assassino ainda afirmou que o médico também o ajudava em despesas financeiras.

A diretora-adjunta do DHPP afirmou que as investigações continuam e que nada ainda foi descartado. “Foram feitas investigações na casa do autor. A bermuda queimada e o chip do celular que ele usava para se comunicar com a vítima já foram encontrados, mas ainda temos laudos e perícias para concluir. Como por exemplo, a faca usada no crime e documentos da vítima que ainda não foram encontrados”.

Esteve presente também na coletiva o diretor do Instituto Médico Legal, o perito Mário Câmara, que explicou como é feita a identificação de corpos em estado avançado de esqueletismo, como é o caso de Luiz Carlos. “Identificar um corpo pela arcada dentária é a melhor maneira de apontar quem é a pessoa. Após este tipo de procedimento, não é necessário fazer o DNA, que é o que muitas famílias pedem”.

Mário Câmara ainda relatou que a identificação do corpo foi “rápida”, por causa da quantidade de exames odontológicos que o médico tinha. E, segundo ele, este tipo de exame facilita a identificação por arcada dentária.

Adriano Luís Correia de Jesus está com um mandado de prisão temporária de 30 dias e, após a conclusão das investigações e do inquérito, o departamento irá remeter à justiça.

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